BNDES mobiliza R$ 7 bilhões para florestas e reforça liderança do Brasil na restauração ambiental
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já mobilizou R$ 7 bilhões para conservação, recuperação e manejo de florestas brasileiras desde 2023. O anúncio foi feito pelo presidente do banco, Aloizio Mercadante, nesta quinta-feira, durante a Cúpula do Clima de Belém (PA).
Segundo o BNDES, esse é o maior investimento da história da instituição no setor florestal. Os recursos combinam instrumentos reembolsáveis e não reembolsáveis, além de crédito, garantias, concessões e apoio produtivo.
Impacto ambiental e socioeconômico
Os aportes alcançam todos os biomas do Brasil e reforçam a posição do país na restauração florestal e na bioeconomia. Até agora, os resultados incluem:
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280 milhões de árvores plantadas
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168 mil hectares restaurados
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70 mil empregos gerados
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54 milhões de toneladas de CO₂e capturadas
Esse volume de carbono equivale a três anos sem carros circulando na cidade de São Paulo.
Durante o evento, Mercadante destacou os avanços.
“Estamos transformando o Arco do Desmatamento no Arco da Restauração. Na COP28, prometemos R$ 1 bilhão. Hoje, já são R$ 7 bilhões mobilizados. Isso mostra que é possível restaurar o planeta e, ao mesmo tempo, desenvolver a economia verde”, afirmou.
BNDES Florestas: integração e transparência
Para organizar a estratégia do banco, foi criada a plataforma BNDES Florestas. Ela reúne e fornece transparência a iniciativas como:
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Floresta Viva (fases 1 e 2)
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Arco da Restauração
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Restaura Amazônia
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BNDES Florestas Inovação
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BNDES Florestas Crédito
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ProFloresta+ (em parceria com a Petrobras)
Além disso, o Fundo Clima já aprovou R$ 1,9 bilhão em crédito para restauração, silvicultura e manejo de espécies nativas. Esse valor estimulou R$ 5,7 bilhões adicionais em investimentos privados.
“Esse é um programa sustentável e produtivo. Ele atrai o setor privado e prova que economia verde pode ser rentável”, disse Mercadante. Ele reforçou, ainda, que o Brasil tem potencial para ser o maior polo de restauração do planeta.
Arco da Restauração avança na Amazônia
Lançado na COP28 em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Arco da Restauração previa investimento inicial de R$ 1 bilhão. Contudo, em menos de dois anos, o valor mobilizado já chegou a R$ 2,4 bilhões.
Dentro dessa iniciativa, o Restaura Amazônia aplica R$ 500 milhões em recursos não reembolsáveis, dos quais:
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R$ 450 milhões vêm do Fundo Amazônia
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R$ 50 milhões são da Petrobras
Ao todo, 45 projetos já foram selecionados, abrangendo:
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9 unidades de conservação
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80 assentamentos
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39 terras indígenas
Esses projetos fortalecem a recuperação ambiental em áreas estratégicas e apoiam sistemas agroflorestais.
Inovação e cadeias produtivas
Na área tecnológica, o programa BNDES Florestas Inovação investe R$ 30,8 milhões em pesquisas com a Embrapa e a UFSCar. O foco é o desenvolvimento de tecnologias para silvicultura de espécies nativas, incluindo melhoramento genético e manejo.
Além disso, a atuação do banco busca integração. Por exemplo:
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Viveiros criados para áreas de conservação abastecem regiões próximas
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Redes de sementes apoiadas pelo Fundo Amazônia fornecem insumos para novos plantios
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Contratos de carbono do ProFloresta+ garantem previsibilidade financeira para expansão da restauração
Brasil em destaque na nova economia da floresta
Com dezenas de projetos em andamento e R$ 7 bilhões já mobilizados, o BNDES reforça sua atuação na transição ecológica. Segundo o banco, a estratégia une conservação, geração de renda e desenvolvimento sustentável.
“Restaurar a floresta é uma solução baseada na natureza. Ela captura carbono, recompõe a biodiversidade e, ao mesmo tempo, gera emprego e fortalece comunidades”, concluiu Mercadante.
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