Diálogo nórdico-brasileiro debate ciência com impacto na Amazônia e políticas públicas
Estratégias e boas práticas para aumentar o impacto da pesquisa nas políticas públicas e nas práticas sociais foram o tema central do segundo dia do evento “Conectando saberes para a ciência com impacto na Amazônia – Diálogo nórdico-brasileiro rumo à COP-30 e além”.
O encontro reuniu pesquisadores e gestores de agências de fomento do Brasil e da União Europeia, com apoio do Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). O evento ocorreu nesta quinta-feira (23/10), na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), em Manaus.
Cooperação internacional e ciência amazônica
Durante os dois dias (22 e 23/10), pesquisadores brasileiros e europeus debateram formas de tornar a pesquisa científica mais impactante e colaborativa, especialmente na Amazônia. As atividades foram desenvolvidas com apoio do Consulado da Finlândia, das Embaixadas da Suécia e da Noruega, da Iniciativa Amazônia+10, da Fapesp e do Nordic Embassy Cooperation Programme (NEP).
A diretora-presidente da Fapeam, Márcia Perales Mendes Silva, destacou que o encontro fortaleceu o intercâmbio entre pesquisadores da Amazônia e da Europa, promovendo um diálogo aberto sobre ciência, tecnologia e inovação (CT&I).
“Esses dias de trabalho mostraram a força das parcerias e o potencial da Amazônia para desenvolver pesquisas conjuntas. A partir desse evento, queremos ampliar as redes de colaboração científica”, afirmou Márcia.
Integração entre ciência, comunidades e políticas públicas
Pela primeira vez em Manaus, Johanna Kivimäki, conselheira de Educação Superior e Ciência do Consulado da Finlândia, ressaltou a importância de integrar a ciência com as comunidades locais.
“Estamos focando no impacto social da pesquisa e na valorização do conhecimento dos povos indígenas e comunidades tradicionais. Esse é um ponto central de todas as discussões”, destacou Kivimäki.
Estratégias e boas práticas apresentadas
No segundo dia, os grupos de trabalho apresentaram estratégias e boas práticas para ampliar o impacto dos resultados de pesquisa. Eles também discutiram exemplos de inovação e aplicação de evidências científicas em políticas públicas.
O pesquisador Anselmo Gonçalves, do Instituto Federal do Acre (Ifac), afirmou que o encontro permitiu rever o papel da ciência sob novas perspectivas, aproximando-a das comunidades amazônicas.
“A pesquisa se conectou às pessoas e aos territórios, com um olhar mais interdisciplinar e humano”, comentou.
A pesquisadora Fernanda de Pinho Werneck, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), reforçou o caráter colaborativo do evento. Segundo ela, as discussões abriram novas possibilidades de parceria e difusão dos resultados para a sociedade.
Fomento e boas práticas de financiamento
Representantes de agências de fomento também participaram do painel “Boas práticas para o financiamento em apoio a uma pesquisa impactante, responsável e inclusiva”.
O debate foi mediado por João Arthur Reis, assessor da presidência da Fapesp para a Iniciativa Amazônia+10, e contou com a presença de Márcia Perales, Maiju Gyran (Conselho de Pesquisa da Finlândia), Dalila Andrade Oliveira (CNPq), Rafael Andery (Iniciativa Amazônia+10) e Dhallys Mota Nunes (Delegação da União Europeia).
“Foi um evento construtivo, que reuniu pesquisadores, gestores e lideranças indígenas em torno de um mesmo objetivo: cuidar do planeta”, afirmou Dalila Andrade, do CNPq.
Iniciativa Amazônia+10: pesquisa e sustentabilidade
A Iniciativa Amazônia+10 apoia projetos científicos e tecnológicos voltados ao desenvolvimento sustentável e inclusivo da Amazônia. O programa é executado pelo Governo do Amazonas, via Fapeam, em parceria com o Confap, Consecti e CNPq.
Entre as linhas temáticas, estão:
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Territórios sustentáveis e infraestrutura ecológica;
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Valorização do conhecimento tradicional e adaptação climática;
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Fortalecimento de cadeias produtivas sustentáveis na região amazônica.
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