O Brasil alcançou, em julho de 2025, um marco significativo na mobilidade sustentável. O país superou a marca de meio milhão de veículos leves eletrificados vendidos desde 2012, ano em que a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) iniciou sua série histórica. Ao todo, foram 503.654 unidades comercializadas, o que evidencia o avanço acelerado da eletromobilidade no território nacional.
Em 2012, o cenário era completamente diferente. Naquele ano, apenas 117 veículos eletrificados foram vendidos. Desde então, o mercado passou por uma transformação intensa, acumulando recordes e ampliando seu alcance de forma constante.
Julho impulsiona novos recordes
O mês de julho foi especialmente relevante. Nesse período, o mercado brasileiro registrou a venda de 19.016 veículos eletrificados, número que representa 8,27% das vendas totais de veículos leves no país, conforme dados da Fenabrave.
Além disso, os modelos plug-in (BEV e PHEV) seguem dominando o mercado, com mais de 82% das vendas no mês. Já os híbridos tradicionais (HEV) ficaram com os 17,7% restantes, somando 3.362 unidades. Ou seja, os consumidores brasileiros continuam priorizando veículos com maior eficiência energética e menor impacto ambiental.
Outro dado relevante é o desempenho dos veículos 100% elétricos (BEV), que bateram um novo recorde. Em julho, 7.010 unidades foram vendidas, superando o antigo máximo de 6.969 unidades registrado em maio. Com isso, o interesse por soluções sustentáveis se consolida como uma tendência forte no mercado automotivo nacional.
O segmento de transporte público também apresentou números expressivos. Por exemplo, a venda de ônibus elétricos aumentou significativamente. Em julho, foram 160 unidades vendidas, um crescimento de 370,6% em comparação com o mês anterior, quando apenas 34 unidades haviam sido comercializadas.
Sudeste lidera, mas desigualdade regional permanece
Apesar dos avanços, a eletromobilidade ainda se desenvolve de forma desigual pelo país. O Sudeste continua na liderança, com 46,2% das vendas (8.781 unidades). Em seguida, aparecem o Sul (18,1%), o Nordeste (17,3%), o Centro-Oeste (14%) e o Norte (4,4%).
Segundo a ABVE, essas diferenças regionais resultam de fatores diversos. Entre eles, destacam-se aspectos econômicos, logísticos e, principalmente, a presença — ou ausência — de políticas públicas que incentivem o setor.
Nas capitais, onde há maior infraestrutura, as vendas também se concentram. São Paulo lidera com 2.456 unidades, seguida por Brasília (1.573), Rio de Janeiro (736), Belo Horizonte (732) e Curitiba (535). Dessa forma, as regiões metropolitanas se consolidam como polos da mobilidade elétrica no país.
Caminho promissor, mas com desafios
O Brasil mostra que pode avançar rapidamente na transição energética. No entanto, ainda há barreiras importantes. Para manter o ritmo atual, será essencial ampliar a rede de recarga, oferecer mais incentivos e garantir políticas públicas integradas.
Em resumo, o marco de meio milhão de veículos eletrificados é simbólico e representa um passo importante. Por fim, com planejamento e investimento, o país pode liderar a transformação para uma mobilidade mais limpa, acessível e eficiente.