A eletrificação da frota brasileira pode ser um marco para o setor automotivo. Um estudo da Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável (GIZ), em parceria com o Instituto de Energia da UFRJ, projeta que os veículos elétricos podem mais que dobrar o número de empregos no país até 2050.
Segundo os autores, esse avanço pode gerar cerca de 1 milhão de postos de trabalho diretos e indiretos. O número atual gira em torno de 480 mil. A diferença virá da ampliação da produção, do surgimento de novos serviços e da manutenção especializada.
Geração de empregos vai além da fabricação de carros
Além das montadoras, a cadeia de valor dos veículos elétricos abrange estações de recarga, reciclagem de baterias, tecnologia embarcada e infraestrutura elétrica. Isso cria espaço para pequenos negócios e aumenta a demanda por profissionais qualificados.
Setor exige requalificação profissional
Apesar do otimismo, o estudo alerta para a necessidade de capacitação técnica. Veículos elétricos têm menos peças móveis e exigem conhecimento em áreas como eletrônica e TI automotiva.
Enquanto isso, escolas técnicas e universidades começam a adaptar seus currículos para atender às novas exigências do setor.
Brasil tem vantagens estratégicas para liderar
O estudo destaca que o Brasil tem matriz energética limpa, o que favorece a mobilidade elétrica. O país também possui jazidas de minérios essenciais, como lítio e níquel, além de um parque industrial automotivo já estruturado.
Além disso, a transição pode ajudar o Brasil a reduzir emissões de carbono e cumprir metas ambientais internacionais, como as previstas no Acordo de Paris.
Desafios ainda travam o crescimento dos elétricos
Apesar do potencial, menos de 1% dos veículos vendidos no Brasil hoje são elétricos. O alto custo, a falta de infraestrutura de recarga e a ausência de incentivos fiscais são barreiras importantes.
O relatório recomenda a criação de uma política pública nacional para veículos elétricos, com incentivos para empresas, consumidores e infraestrutura. Sem esse apoio, o país pode ficar para trás na corrida global pela eletrificação.
Futuro depende de articulação e investimento
Se os investimentos forem feitos de forma estratégica e contínua, o Brasil poderá colher bons frutos. Além de proteger o meio ambiente, o país pode criar centenas de milhares de empregos de qualidade até 2050.
Para isso, será preciso alinhar governos, indústria, setor educacional e sociedade civil em torno de uma visão comum: uma mobilidade limpa, acessível e geradora de renda.
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