O Rio de Janeiro se tornou, nesta semana, o centro das discussões sobre o futuro da energia no mundo. Entre os dias 24 e 26 de junho, a Cidade das Artes sediou o Energy Summit 2025, que reuniu mais de 10 mil pessoas. Estiveram presentes empresários, especialistas, investidores, pesquisadores e líderes de governo, todos focados em discutir os caminhos da transição energética no Brasil e no mundo.
O evento, organizado em parceria com o MIT Technology Review Brasil, consolidou-se como o maior da América Latina no setor. Além disso, destacou-se pelos debates sobre descarbonização, digitalização, democratização e descentralização — pilares que moldam a nova matriz energética global.
Brasil no centro da nova economia energética
Na abertura, o CEO do Energy Summit, Hudson Mendonça, reforçou o protagonismo do Brasil na transição energética internacional. Para ele, o país reúne condições únicas, combinando biodiversidade, inovação tecnológica e recursos naturais abundantes.
Por isso, ao longo de três dias, mais de 180 palestrantes nacionais e internacionais compartilharam experiências, soluções e estratégias. Entre os nomes de destaque estavam Rattan Lal, vencedor do Nobel da Paz em 2020, e Joshua Volz, subsecretário de Energia dos Estados Unidos.
Amazônia presente no debate global
O evento também contou com a participação de Rubenson Chaves, presidente do Instituto Inspire Amazônia e realizador da FITEA — Feira Internacional da Indústria e Transição Energética da Amazônia. Para ele, o encontro foi muito mais do que acompanhar tendências. Serviu como uma oportunidade estratégica para construir parcerias e fortalecer conexões.
“Pude conhecer os realizadores do Summit e, já pensando na FITEA 2026, iniciamos conversas sobre uma possível parceria com Hudson Mendonça, CEO do Energy Summit. Além disso, me conectei com outros líderes, como Eike Batista. Isso reforça que nós, da Amazônia, temos o nosso protagonismo na transição energética”, destacou Rubenson.
Sua participação evidencia um ponto fundamental. Dessa forma, fica claro que os debates sobre energia limpa e descarbonização precisam, obrigatoriamente, incluir a Amazônia. Afinal, a região é estratégica tanto para a bioeconomia quanto para a sustentabilidade global.
Debates que moldam o futuro
A programação foi intensa, com discussões distribuídas em três palcos principais e diversos espaços paralelos. Entre os temas debatidos estavam hidrogênio verde, mobilidade elétrica, data centers sustentáveis, além da geopolítica da energia.
Por outro lado, também ganharam destaque os desafios e as oportunidades nos setores de óleo e gás, biocombustíveis e energias renováveis. Outro ponto relevante foi o debate sobre o papel da inteligência artificial e do big data na otimização da geração, distribuição e consumo de energia. Assim, especialistas reforçaram que a tecnologia se tornou essencial para acelerar a descarbonização da economia.
Sustentabilidade além do discurso
O Energy Summit não ficou apenas no debate. Pelo contrário, práticas sustentáveis foram aplicadas durante todo o evento. Todo o carbono gerado — cerca de 291 toneladas de CO₂ — foi neutralizado. Além disso, 100% dos resíduos tiveram destinação correta, com reaproveitamento e reciclagem feitos por cooperativas locais.
No campo social, o projeto “Favela Inova” garantiu acesso gratuito, bolsas e mentorias para jovens de comunidades do Rio de Janeiro. Consequentemente, a iniciativa contribuiu para democratizar o conhecimento sobre a nova economia da energia.
Legado e próximos passos
Ao final do evento, os organizadores anunciaram dois relatórios que serão publicados nas próximas semanas. O primeiro, em parceria com o MIT, apresentará as 10 megatendências da energia até 2030. O segundo, desenvolvido pela Deloitte, trará recomendações práticas para governos, empresas e investidores.
“O Energy Summit não é apenas um evento. É, na verdade, um movimento. O que construímos aqui serve como guia para o futuro da energia no Brasil e no mundo”, concluiu Hudson Mendonça, CEO do Energy Summit.
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