Em meio à crescente pressão global para conter as mudanças climáticas e reduzir as emissões de gases de efeito estufa, a transição energética avança em ritmo acelerado. Dados recentes mostram que as energias renováveis registraram crescimento recorde, consolidando-se como o principal caminho para um futuro energético mais limpo e sustentável.
De acordo com levantamento internacional, as fontes renováveis adicionaram 585 gigawatts (GW) à capacidade instalada global — um aumento de 15,1% em relação ao ano anterior. O movimento foi liderado pela energia solar, que sozinha cresceu 29%, atingindo produção suficiente para abastecer a demanda elétrica inteira da Índia. A energia eólica também teve desempenho relevante, com crescimento de 7,9%, enquanto a hidrelétrica subiu 4,3%.
Como reflexo desse avanço, 40,9% de toda a eletricidade mundial já é gerada por fontes com baixas emissões, como renováveis e energia nuclear. É a primeira vez desde os anos 1940 que esse patamar é ultrapassado.
No cenário global, a transição energética deixou de ser uma promessa para se tornar uma necessidade estratégica. A realização da COP 30, prevista para 2025 no Brasil, deve reforçar ainda mais esse debate ao reunir líderes mundiais em torno de metas mais ousadas para a descarbonização.
Brasil na vanguarda da energia limpa
Em posição privilegiada, o Brasil vem se destacando como um dos países com a matriz elétrica mais limpa do planeta. Atualmente, 89% da eletricidade brasileira já é gerada a partir de fontes renováveis. A liderança é da energia hidráulica, com 58,9% de participação, seguida pela eólica (13,2%) e solar (7%).
O país bateu recorde ao expandir sua matriz elétrica em 10,9 GW, o maior crescimento anual desde 1997. Além disso, o Brasil avançou para a 12ª posição no Índice de Transição Energética (ETI) do Fórum Econômico Mundial, liderando entre os países emergentes e ocupando o primeiro lugar nas Américas.
Desafios e oportunidades no horizonte
Apesar dos avanços expressivos, o processo de transição energética ainda enfrenta desafios importantes. Entre eles, destacam-se a necessidade de ampliar os investimentos em infraestrutura, adaptar legislações e assegurar que a transição ocorra de forma justa, contemplando trabalhadores e populações vulneráveis.
Ainda assim, o potencial é imenso. Além de reduzir emissões e combater o aquecimento global, a transição energética tem o poder de movimentar a economia, gerar empregos e posicionar o Brasil como uma potência global em energia limpa.
Em um mundo que busca soluções urgentes para os impactos ambientais, o Brasil desponta como protagonista, mostrando que é possível unir crescimento econômico e preservação ambiental na mesma equação.
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