A Amazônia brilhou na Bienal do Livro 2025, no Rio de Janeiro, graças ao lançamento da HQ As Aventuras da Cunhã, da Editora da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). A obra, organizada por Isabelle Nogueira, cunhã-poranga do Boi Garantido, e pelo pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários da UEA, Darlisom Ferreira, une cultura, aventura e representatividade.
Uma viagem pela cultura e pelos encantos da Amazônia
Na narrativa, Cunhã, ao lado dos amigos Manu e Gerson, da mãe Jaqueline e da arara Jackson, parte da escola rumo ao Festival de Parintins. Pelo caminho, eles vivem desafios repletos de magia, lendas e saberes ancestrais. Dessa forma, a HQ não apenas diverte, como também valoriza a cultura amazônica e seus mitos.
Educação, identidade e pertencimento caminham juntos
De acordo com Darlisom Ferreira, o projeto nasceu da necessidade de unir educação, cultura e fortalecimento da identidade amazônida. Por isso, ele e Isabelle desenvolveram a personagem Cunhã a partir de escutas, pesquisas e vivências reais.
“A personagem representa muito mais que uma aventura em quadrinhos. Ela é o símbolo da força, da alegria e da sabedoria das mulheres amazônicas. Afinal, nossas histórias precisam ser contadas e valorizadas”, afirma Darlisom.
Isabelle planta orgulho e pertencimento desde a infância
Além de ser cunhã-poranga, Isabelle também é professora e apaixonada pela educação. Ela conta que sempre sonhou em criar uma obra que levasse orgulho, pertencimento e valorização cultural às crianças da Amazônia e de todo o Brasil.
“A educação transforma. Portanto, minha intenção foi construir uma HQ que toda a família pudesse ler, se divertir e, acima de tudo, aprender. Quero que nossas crianças se sintam orgulhosas da nossa história e da nossa cultura”, destaca Isabelle.
Arte inspirada na vida real da Amazônia
O quadrinista Eunuquis Aguiar Muniz mergulhou no universo amazônico para dar vida aos personagens. Junto da ilustradora Fernanda Costa, ele viajou até Parintins, conversou com moradores, acompanhou ensaios de bois-bumbás e visitou a escola onde Isabelle estudou. Assim, as ilustrações ganharam autenticidade, cor e vida.
Além disso, o livro conta com prefácio da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, que reforça a importância da obra como instrumento de valorização das culturas originárias.
Lançamento emociona comunidade amazônida no Rio
O lançamento da HQ na Bienal emocionou não só os autores, mas também os fãs da cultura amazônica presentes no evento. Gabriel Anart, integrante da RJ Encarnada (torcida do Boi Garantido no Rio), destacou o quanto a obra aproxima a cultura do Norte do restante do país.
“Ver a Cunhã aqui no Rio, representando nossa cultura, é emocionante. Afinal, é uma oportunidade de matar a saudade do nosso boi e de mostrar ao Brasil a beleza das nossas tradições”, celebra Gabriel.
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