Fungos da Amazônia ajudam a recuperar águas poluídas do Igarapé do Mindu
Pesquisadores do Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA) encontraram uma solução inovadora para tratar a poluição do Igarapé do Mindu, em Manaus. O estudo, que contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), mostrou que fungos nativos da região podem recuperar a qualidade da água de forma sustentável.
A equipe, coordenada pela doutora em biotecnologia Ingrid Reis da Silva, coletou amostras em três pontos do igarapé. Nos testes, foram analisados oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio (DBO) e presença de coliformes fecais. Os resultados foram preocupantes: o oxigênio dissolvido estava abaixo do limite recomendado. Além disso, a DBO ultrapassava em quase dez vezes o valor máximo permitido. Como se não bastasse, a contaminação fecal indicava alto risco à saúde da população.
Diante desse cenário, os cientistas aplicaram um processo de biorremediação com fungos filamentosos dos gêneros Trichoderma, Fusarium e Beauveria. Após dez dias de tratamento em laboratório, os parâmetros melhoraram significativamente. Assim, a carga orgânica e a presença de microrganismos contaminantes reduziram de forma expressiva.
Segundo Ingrid, os dados reforçam que a biodiversidade amazônica pode ser uma aliada na recuperação ambiental.
“Os consórcios fúngicos se mostraram eficazes na melhoria da qualidade da água. Portanto, fica evidente o enorme potencial biotecnológico da região”, afirmou a pesquisadora.
Além dos avanços ambientais, o projeto também trouxe impacto social. Ele formou estudantes em técnicas de microbiologia e biotecnologia, fortalecendo a ciência e a inovação no Amazonas.
O Programa Biodiversa/Fapeam financiou a pesquisa. Desse modo, a iniciativa apoia projetos voltados à conservação, restauração e uso sustentável da biodiversidade amazônica.
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