A crise climática é, sem dúvida, o maior desafio do século. Na COP30, que ocorrerá em 2025, em Belém, no coração da Amazônia, a tecnologia e a ciência assumem um papel ainda mais estratégico. Mais do que acordos políticos, esta conferência trará à tona a importância das soluções tecnológicas como ferramentas essenciais para conter o avanço do aquecimento global.
Por que a tecnologia será central na COP30?
Nos últimos anos, ficou evidente que apenas compromissos diplomáticos não são suficientes. Além disso, o mundo exige soluções rápidas, escaláveis e eficazes para reduzir emissões, preservar ecossistemas e enfrentar eventos climáticos extremos.
Portanto, a COP30 surge como um palco crucial, onde discussões, acordos e demonstrações tecnológicas estarão no centro dos debates. Isso inclui setores como:
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Inteligência Artificial aplicada ao clima;
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Energia limpa e armazenamento inteligente;
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Tecnologias de captura e sequestro de carbono;
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Monitoramento ambiental via satélites e sensores;
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Bioeconomia e biotecnologia.
Como a tecnologia ajuda no combate à crise climática?
Monitoramento e dados em tempo real
Por meio de satélites, sensores e inteligência artificial, hoje é possível monitorar, em tempo real, desmatamentos, queimadas, alterações nos oceanos e outros fenômenos ambientais. Desse modo, governos, empresas e sociedade civil conseguem tomar decisões mais rápidas e precisas.
Energia limpa e eficiente
O avanço das tecnologias de baterias de longa duração, hidrogênio verde e geração descentralizada tem transformado o setor energético. Consequentemente, o modelo tradicional, centralizado e dependente de combustíveis fósseis, perde força. Além disso, redes inteligentes (smart grids) otimizam o uso e a distribuição da energia, tornando todo o sistema mais sustentável e eficiente.
Captura e armazenamento de carbono (CCUS)
As tecnologias de Direct Air Capture (DAC) são capazes de remover CO₂ diretamente da atmosfera. Por outro lado, soluções baseadas na natureza — como reflorestamento inteligente e regeneração de ecossistemas — complementam esse esforço tecnológico, criando uma combinação essencial entre engenharia e meio ambiente.
Bioeconomia e novos materiais
O desenvolvimento de bioplásticos, concreto carbono zero e materiais recicláveis de alto desempenho está ganhando força. Assim, a indústria começa a migrar para modelos produtivos mais sustentáveis, que priorizam eficiência, circularidade e baixo impacto ambiental.
Cidades inteligentes e adaptação climática
Com o apoio de sensores, inteligência artificial e big data, as cidades estão se tornando mais inteligentes. Enquanto isso, soluções de infraestrutura resiliente ajudam a mitigar impactos de enchentes, ondas de calor e outros eventos extremos, protegendo tanto a população quanto a economia local.
Startups Climáticas e Inovação na Prática
A COP30 também será uma vitrine para startups, centros de pesquisa e universidades que trabalham com soluções de alto impacto. Em contrapartida, essas inovações precisam de financiamento robusto e políticas públicas que incentivem a sua adoção em larga escala.
Entre as áreas mais promissoras estão:
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Economia circular;
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Transporte descarbonizado;
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Agricultura regenerativa e de precisão;
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Energia comunitária e descentralizada.
Desafios para a tecnologia climática
No entanto, nem tudo são soluções prontas. Existem desafios significativos:
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Escalabilidade, para que as tecnologias cheguem aos países em desenvolvimento;
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Acessibilidade, para que o custo não exclua nações ou populações vulneráveis;
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Financiamento, que ainda é insuficiente frente à urgência climática.
Portanto, a COP30 precisará ir além dos discursos, criando mecanismos reais para acelerar a adoção dessas tecnologias.
O papel da ciência na COP30
A comunidade científica, que sempre teve um papel de alerta, agora se apresenta também como parte da solução. Consequentemente, os dados, as projeções e as inovações apresentadas pelos cientistas terão peso decisivo nas negociações e nos acordos firmados durante a COP30.
Conclusão: Tecnologia como aliada do clima
A COP30 não será apenas um encontro diplomático. Na verdade, ela se configura como um grande laboratório global de soluções climáticas. A inovação tecnológica, aliada ao conhecimento científico e às soluções baseadas na natureza, será determinante para definir se a humanidade ainda tem tempo — e meios — para conter a emergência climática.
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