Nesta sexta-feira, 17 de outubro, a partir das 17h (horário de Brasília), será realizado o segundo encontro virtual da “Pré-COP dos Povos e Comunidades Tradicionais”.
A iniciativa reunirá lideranças, juventudes, organizações comunitárias e parceiros de Reservas Costeiras e Marinhas para debater temas socioambientais sobre o bioma.
A transmissão será gratuita e ocorrerá no canal do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) no YouTube:
👉 youtube.com/watch?v=l5Sn3P2_x84
Além disso, o encontro busca fortalecer a troca de experiências entre diferentes territórios e incentivar a construção coletiva de soluções para os desafios enfrentados pelas comunidades tradicionais.
Palestrantes confirmados
O encontro contará com lideranças e especialistas comprometidos com a defesa dos povos tradicionais e da natureza.
Entre os palestrantes estão:
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Crislaine Venceslau, quilombola da Povoação de São Lourenço (Goiana – PE) e mestra em Antropologia;
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Carlos Alberto Pinto dos Santos, liderança extrativista e coordenador de Relações Institucionais da CONFREM;
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Valério Gomes, professor e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Agriculturas Amazônicas da UFPA;
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Sandra Gonçalves, liderança das comunidades tradicionais do litoral paraense e secretária da AUREMAG;
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Mailton dos Santos, coordenador executivo da Rede Cuíra e secretário estadual do CONFREM/Pará.
Juntos, eles irão compartilhar experiências, análises e propostas que contribuem para fortalecer as políticas públicas voltadas à conservação e à justiça socioambiental.
Temas em destaque
Durante o evento, serão discutidos temas fundamentais para o futuro das populações costeiras e marinhas.
Entre eles estão:
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Conservação e restauração dos ecossistemas costeiros e marinhos;
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Economia Azul e Sociobioeconomia Marinha;
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Mudanças climáticas e aumento do nível do mar;
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Justiça climática e direitos das populações costeiras;
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Poluição marinha e gestão de resíduos;
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Governança oceânica e integração de políticas públicas;
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Conexão entre biomas e a agenda amazônica.
Além disso, os participantes deverão apresentar experiências locais de resistência e inovação. Dessa forma, o diálogo permitirá identificar caminhos concretos para uma gestão mais justa e sustentável dos recursos naturais.
Por fim, as discussões contribuirão para a elaboração de uma carta regional, que servirá como base para a “Carta Nacional dos Extrativistas à COP30”.
O documento será entregue a representantes da delegação brasileira e internacional durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que ocorrerá em Belém (PA) no próximo mês.
Fortalecendo vozes e territórios
Segundo Letícia Moraes, vice-presidente do CNS, a iniciativa tem o objetivo de fortalecer o repertório político e técnico dos representantes dos povos e comunidades tradicionais.
Assim, eles estarão mais preparados para atuar nas mesas de negociação da COP30.
“Nosso objetivo é construir uma agenda política que seja fruto das escutas de quem realmente vive as dificuldades e almeja por mudanças. Dessa maneira, eles estarão muito mais preparados para reivindicar o que for necessário às autoridades públicas e representantes internacionais”, destaca Moraes.
Portanto, a Pré-COP também cumpre um papel educativo e mobilizador, aproximando comunidades locais das decisões globais sobre o clima.
Série de encontros virtuais
A série de encontros virtuais teve início na terça-feira, 14 de outubro, com representantes da Amazônia.
Desde então, as atividades têm promovido um espaço de escuta e articulação entre diferentes biomas.
Além disso, a programação segue até a próxima semana com debates dedicados aos biomas Cerrado, Caatinga, Pantanal e Pampa.
Com isso, a Pré-COP se consolida como um espaço nacional de articulação política e construção coletiva entre povos e comunidades tradicionais de todo o Brasil.
Sobre a “Pré-COP dos Povos e Comunidades Tradicionais”
A “Pré-COP dos Povos e Comunidades Tradicionais” é uma realização do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), em parceria com o Comitê Chico Mendes, Fundação Banco do Brasil, Museu Emílio Goeldi, Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Revista Xapuri e Fundo Puxirum.
De modo geral, a iniciativa busca ampliar a voz dos povos tradicionais nos debates sobre mudanças climáticas.
Por isso, seu foco está em construir coletivamente propostas e reivindicações que representem as realidades dos territórios e influenciem as decisões da COP30.
Em síntese, trata-se de um movimento de base, construído com escuta, diálogo e compromisso coletivo, que reafirma o papel essencial dos povos tradicionais na proteção dos ecossistemas brasileiros.