Embarcações solares na Amazônia impulsionam transporte sustentável indígena
As embarcações solares na Amazônia estão revolucionando o transporte fluvial de comunidades indígenas. Ao substituir o diesel por energia limpa, o projeto Kara Solar promove não apenas a sustentabilidade, mas também a autonomia e preservação cultural dos povos tradicionais da região.
O diesel, utilizado pela maioria das embarcações nos rios amazônicos, é responsável por sérios impactos ambientais, como a poluição da água, a morte de espécies aquáticas e a emissão de gases de efeito estufa. Para enfrentar esse desafio, nasceu o Projeto Kara Solar, que leva barcos movidos a energia solar para áreas remotas da floresta.
A origem do Kara Solar
O projeto foi idealizado em 2012 durante uma cerimônia do povo Achuar, no Equador. Contrários à exploração de petróleo em suas terras, os indígenas criaram motores e baterias adaptadas a barcos. Hoje, o projeto conta com dez embarcações solares na Amazônia, que operam em rios do Equador, Peru e Brasil.
Desde 2020, o projeto está presente no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, uma das regiões mais isoladas do Brasil. Somente em 2024, as embarcações percorreram mais de 9.600 km, transportando mais de 6 mil passageiros — muitos deles para atendimentos médicos.
Mais que transporte, um símbolo de resistência
Segundo Nantu Canelos, diretor do Kara Solar, o objetivo é proteger os territórios indígenas da mineração e promover uma alternativa real e limpa de mobilidade. A iniciativa também representa uma forma de resistência contra a degradação da Amazônia.
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