Qualidade da Água na Bacia do Tarumã-Açu
As águas da Bacia do Tarumã-Açu, localizada na zona oeste de Manaus, estão dentro dos padrões de qualidade estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). No entanto, há uma redução progressiva na capacidade natural de depuração do rio. Esse dado foi apresentado no relatório técnico elaborado pelo Programa de Monitoramento de Água, Ar e Solos do Amazonas (ProQAS/AM), da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em parceria com a Gerência de Recursos Hídricos do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam).
Parâmetros Monitorados e Divulgação do Relatório
O documento, recebido no dia 12/08 pelo diretor-presidente do Ipaam, Gustavo Picanço, analisou nove parâmetros do Índice de Qualidade das Águas (IQA), incluindo coliformes, pH, oxigênio dissolvido, turbidez e fósforo. O relatório está disponível para a sociedade no site do Ipaam e será encaminhado a órgãos ambientais, poderes Legislativo e Judiciário, Prefeitura de Manaus e outras instituições ligadas à gestão dos recursos hídricos.
Ações para Preservação da Bacia
De acordo com Picanço, o relatório é um alerta para a situação atual da bacia. Por isso, o Ipaam vai intensificar ações de monitoramento e controle ambiental na Área de Proteção Ambiental (APA) Tarumã. Entre as medidas estão a identificação de efluentes lançados diretamente no rio, combate ao desmatamento e campanhas de educação ambiental nas comunidades e empreendimentos da região. Ele destacou que moradores locais, que vivem e tiram seu sustento do rio há mais de 37 anos, estão preocupados com o futuro da bacia.
Importância do Monitoramento Contínuo
A reitora da UEA em exercício, Kátia Couceiro, ressaltou a importância do monitoramento regular para identificar problemas e atuar de forma eficiente. “A hora é agora, porque as ações são mais fáceis e menos custosas neste momento. Apesar da qualidade aceitável, o trabalho deve ser conjunto entre população, autoridades e instituições”, afirmou.
Tendências e Preocupações Futuras
O coordenador do ProQAS/AM, Sergio Duvoisin Junior, explicou que uma análise isolada indicaria boas condições para o Tarumã-Açu. No entanto, o monitoramento de mais de cinco anos mostra uma tendência preocupante de piora na qualidade da água, especialmente na região do Baixo Tarumã-Açu. Ele alertou para a necessidade de ação imediata, evitando que a bacia sofra impactos semelhantes aos das bacias do São Raimundo e Educandos.
Parceria e Responsabilidade Compartilhada
O gerente de Recursos Hídricos do Ipaam, Daniel Nava, reforçou que a parceria com a UEA fortalece o monitoramento ambiental e o licenciamento das atividades na região. Os dados científicos ajudam a identificar os impactos e garantem que os usuários da bacia assumam sua responsabilidade pela conservação, promovendo a chamada “cidadania das águas”.
Integração de Instituições e Comunidade
No evento de apresentação do relatório, estiveram presentes representantes da UEA, Procuradoria Geral do Estado, Ministério Público de Contas, Defensoria Pública, Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Serviço Geológico do Brasil, Comitê da Bacia Hidrográfica do Tarumã-Açu, Grupo Atem e outras entidades.
Preservação da Bacia: Um Trabalho Conjunto
A Bacia do Tarumã-Açu nasce e deságua dentro do território de Manaus, sendo um recurso natural vital para a cidade e região. Portanto, sua preservação e recuperação dependem do trabalho integrado entre órgãos estaduais, municipais, instituições de pesquisa e a população. Assim, é possível garantir que esse ecossistema continue sustentando a vida e o desenvolvimento local.