A onça-pintada resgatada no Amazonas em outubro voltou ao seu habitat após uma operação inédita. O Governo do Estado, por meio da Sepet-AM, coordenou toda a ação. A soltura começou no dia 9 e terminou no dia 10 de novembro. O caso marcou a primeira reintrodução registrada de uma Panthera onca na Amazônia.
Resgate e reabilitação
A equipe encontrou o animal no Rio Negro. A onça tentava chegar a Manaus depois de ser ferida por chumbinho. Os profissionais identificaram 36 estilhaços no rosto do felino. Por isso, ele passou por atendimento veterinário imediato.
Logo depois, os técnicos o transferiram para o antigo zoológico do Tropical Hotel. O biólogo Nonato Amaral acompanhou o animal durante toda a recuperação. Durante 40 dias, a onça recebeu cuidados diários até recuperar a força e a mobilidade.
Operação de soltura
Depois da reabilitação, a Sepet-AM organizou uma grande operação para devolver a onça à floresta. A equipe trabalhou na mata por mais de 13 horas para garantir uma soltura segura. Além disso, os profissionais montaram acampamento para monitorar cada etapa.
O transporte contou com apoio do Departamento Integrado de Operações Aéreas (Dioa). O helicóptero levou a onça até uma comunidade em Novo Airão. Em seguida, barcos da Sema conduziram o animal até uma área isolada da floresta. O local foi escolhido com base em critérios técnicos que garantem segurança tanto para o felino quanto para a população.
Pesquisadores da Ufam, integrantes do Laiff e veterinários especializados participaram da operação. Todos acompanharam o procedimento de sedação e o transporte do animal. A equipe também utilizou uma caixa especialmente construída para garantir o conforto e a segurança da onça.
Monitoramento após a soltura
Antes da liberação, a onça recebeu uma coleira de radiomonitoramento com GPS. O Instituto Onça-Pintada (IOP) cedeu o equipamento. Dessa forma, os especialistas poderão acompanhar os movimentos do animal por até três anos. Os dados vão apoiar pesquisas sobre comportamento, deslocamento e território.
Um marco para a conservação ambiental
A operação reforça o compromisso do Governo do Amazonas com a proteção da fauna silvestre. Além disso, demonstra o avanço das ações de resgate, reabilitação e monitoramento de grandes felinos na região. A reintrodução da onça-pintada também fortalece iniciativas científicas e educacionais voltadas à preservação da Amazônia.
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