O governador Wilson Lima abriu oficialmente o Bioeconomy Amazon Summit (BAS) 2025 nesta quarta-feira (30/07), no Centro de Convenções Vasco Vasques, em Manaus. Durante o evento, ele enfatizou a bioeconomia como uma das principais estratégias do Amazonas para promover o desenvolvimento sustentável. Essa abordagem se concretiza em políticas públicas voltadas à inovação, à valorização dos saberes tradicionais e à inclusão produtiva dos povos da floresta.
“Nós, como líderes e parceiros, precisamos garantir que esse valor chegue a quem mais precisa. Por essa razão, este evento é tão importante: ele conecta quem sonha com quem faz. A exposição mostra o que já foi realizado e também aquilo que pode ser ampliado”, declarou o governador.
Evento reúne lideranças e soluções de impacto
O BAS 2025, promovido pelo Pacto Global da ONU – Rede Brasil e pela KPTL, reuniu lideranças amazônicas, empreendedores e investidores nacionais e internacionais. A programação incluiu painéis temáticos, rodadas de investimento, uma feira com 140 startups e uma exposição de produtos da bioeconomia. Dessa forma, o evento reforçou o papel de Manaus como um polo de inovação na Amazônia.
Investimentos em ciência e tecnologia
Entre 2019 e 2024, o Governo do Amazonas alocou mais de R$ 730 milhões em ciência, tecnologia e inovação. Desse total, R$ 33 milhões financiaram diretamente ações de bioeconomia e tecnologia verde. Com isso, mais de 250 projetos em diferentes regiões do estado receberam apoio. De acordo com Wilson Lima, o objetivo é consolidar um modelo econômico que gere emprego e renda, ao mesmo tempo em que preserva a floresta.
Planejamento estratégico e articulação
A articulação da participação do estado no evento começou em 2024, quando representantes da KPTL e do Pacto Global apresentaram o projeto ao Governo do Amazonas. Desde então, equipes técnicas mantiveram diálogo contínuo com os organizadores. A Representação do Governo do Amazonas em São Paulo (ERGSP) assumiu um papel estratégico, facilitando conexões com secretarias estaduais e parceiros do setor privado.
Além disso, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti) lidera a construção do Plano Estadual de Bioeconomia. Atualmente, o plano passa por escutas ativas nos 62 municípios do estado. A versão final será apresentada durante a COP30, em Belém. A proposta leva em consideração as especificidades de cada território, com o objetivo de fortalecer cadeias produtivas locais e valorizar os saberes tradicionais.
Iniciativas já em andamento
Entre as ações já implementadas pelo governo, destacam-se:
-
o fortalecimento da meliponicultura;
-
o projeto-piloto de curauá em Novo Remanso;
-
manejos sustentáveis de pirarucu, jacaré, quelônios, madeira e produtos não madeireiros;
-
além de programas de REDD+ com foco em comunidades indígenas e tradicionais.
Modelos sustentáveis consolidados
O Amazonas também apresenta modelos bem-sucedidos de economia sustentável. Um dos principais é a Zona Franca de Manaus, que abriga 500 empresas e ajuda a conservar 97% da cobertura florestal do estado. Outro exemplo notável é o programa Guardiões da Floresta, que atualmente beneficia 8,2 mil famílias em 28 unidades de conservação.
Recentemente, o estado inaugurou a primeira Escola da Floresta, no município de São Sebastião do Uatumã, com 200 alunos matriculados. Além disso, implantou o Plano Amazonas 2030, cuja meta é alcançar desmatamento líquido zero até o final da década. O Manaus Action Plan, lançado em 2022, também se destacou por influenciar políticas ambientais em outras regiões da Pan-Amazônia, como Ucayali (Peru) e Caquetá (Colômbia).