Estudantes representam o Amazonas na Conferência do Clima
Alunas do Instituto de Educação do Amazonas (IEA), localizado no Centro de Manaus, embarcaram nesta segunda-feira (17/11) para Belém. Elas participarão de debates que podem influenciar o futuro ambiental do planeta. O projeto “O diálogo com a natureza: povos indígenas e a sustentabilidade”, desenvolvido por estudantes da terceira série do Ensino Médio, foi escolhido entre 1,5 mil iniciativas nacionais. Como vencedor do Prêmio Criativos da Escola + Natureza, promovido pelo Instituto Alana, o grupo ganhou uma vaga na COP30, realizada entre 17 e 21 de novembro.
Projeto valoriza saberes indígenas da Amazônia
O projeto está em seu terceiro ano de execução. Ele envolve alunos do Ensino Médio em pesquisas teóricas e de campo sobre etnias que vivem na Amazônia. A proposta busca valorizar os saberes tradicionais dos povos indígenas como respostas aos desafios ambientais agravados pela crise climática.
Além disso, por meio de conversas com lideranças e integrantes das etnias, os estudantes ampliam a compreensão sobre práticas ancestrais e sobre como essas práticas podem inspirar soluções sustentáveis.
Aprendizado em campo e imersão cultural
Durante visitas ao Centro de Medicina Indígena Bahserikowi, no Centro de Manaus, estudantes e professores perceberam algo essencial: é possível aprender sobre preservação observando povos que vivem há séculos em harmonia com a floresta.
Além das pesquisas, o projeto também criou os Jogos Indígenas dentro da escola. A atividade promove uma imersão cultural e aproxima os estudantes dos costumes dos povos originários.
A coordenadora do projeto, professora Márcia Gomes, reforça o impacto da iniciativa.
“Temos a oportunidade de apresentar nossa realidade, nossa cultura e nossa ancestralidade para o mundo. Também buscamos respostas para os desafios que vivemos”, afirma.
Preparação para representar a Amazônia na COP30
Entre as representantes do IEA está a aluna Jhulie Haddad, de 17 anos. Ela conta que passou a compreender melhor a importância da sustentabilidade e do respeito às culturas indígenas. Segundo Jhulie, as reuniões preparatórias com o Instituto Alana foram essenciais para a participação na conferência.
“Como vamos para a COP, estudamos e participamos de reuniões com o Instituto Alana e com o Criativos da Escola. Nessas trocas culturais aprendemos muito”, relata.
Juventude amazônica discute o futuro do planeta
Além das alunas do IEA, outros estudantes da rede estadual também participarão das discussões na COP30. Em outubro de 2025, durante a 6ª Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente (CNIJMA), 12 estudantes de seis municípios elaboraram dois documentos: a Carta de Compromisso das Crianças e Jovens pelo Futuro do Planeta e a Carta Musical “Raiz que Floresce”.
Esses documentos serão entregues pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos chefes de Estado presentes na conferência.
Compromissos inspirados em saberes ancestrais
As cartas foram inspiradas na lenda guarani Terra sem Males, que expressa o desejo por uma sociedade justa, solidária e sustentável.
Os jovens destacam que os problemas ambientais são, na verdade, sintomas de ações humanas desequilibradas. Além disso, reforçam o compromisso com a luta de povos indígenas, comunidades quilombolas e agricultores familiares, reconhecendo suas tecnologias ancestrais para a transformação socioambiental.
Educação ambiental e justiça climática caminhando juntas
A participação dos estudantes na COP30 vai além do protagonismo juvenil. Ela evidencia o compromisso da educação pública com uma formação que promove consciência ambiental e justiça climática. Assim, as discussões iniciadas dentro das escolas se conectam diretamente aos debates globais sobre o futuro do planeta.







