Visita técnica à aldeia Cipiá
A Prefeitura de Manaus, por meio do Conselho Municipal de Cultura (Concultura), realizou, nesta terça-feira (9/9), uma visita técnica à aldeia Cipiá. O local fica no lago do Castanhal da Tatulândia, margem esquerda do rio Negro, a 34 quilômetros da capital.
A ação teve como objetivo preparar o espaço para a primeira apresentação do projeto “Orquestra na Floresta”, marcada para o dia 23 de setembro, às 17h30.
Segundo o presidente do Concultura, Tony Medeiros, trata-se de um momento inédito:
“Jamais uma Orquestra de Câmara tocou em uma aldeia indígena. Estamos fazendo história ao unir culturas e valorizar nossas raízes”.
Intercâmbio cultural inédito
O projeto reúne a Orquestra de Câmara de Manaus, entregue pelo prefeito David Almeida em 14 de agosto, e o grupo de música indígena Cipiá. Durante a apresentação, os povos kokama, tuyuka e dessano compartilharão cantos e instrumentos tradicionais.
Assim, será criado um diálogo único entre a música clássica e os saberes ancestrais.
Para o maestro Hermes Coelho, a proposta é fundir universos musicais distintos:
“Não é só uma apresentação, é um compartilhamento. Vamos ouvir a música dos indígenas, eles ouvirão a nossa e, juntos, construiremos uma interação cultural”.
Expectativa da comunidade
O cacique Domingos destacou a importância do evento para a aldeia:
“É emocionante para nós receber a orquestra. Esperamos que seja a primeira de muitas apresentações, para que possamos crescer e divulgar nossas culturas e instrumentos”.
Durante a visita técnica, além do planejamento da logística, os indígenas recepcionaram os visitantes com uma apresentação cultural de boas-vindas.
O padre Marcus Miranda, da Arquidiocese de Ribeirão Preto, também esteve presente e afirmou que a junção das culturas é inédita:
“A música é universal e vislumbrar essa união entre indígenas e orquestra é presenciar algo único”.
Sobre o projeto Orquestra na Floresta
A “Orquestra na Floresta” é uma iniciativa da Prefeitura de Manaus, por meio do Concultura. O projeto promove intercâmbio artístico entre músicos da cidade e comunidades tradicionais da Amazônia.
Mais do que um concerto, a proposta busca aproximar públicos distintos, valorizar o patrimônio imaterial indígena e ampliar o acesso à música clássica em territórios onde esse gênero raramente chega.
Além disso, a iniciativa está alinhada às diretrizes do Concultura de:
-
democratização do acesso à arte;
-
descentralização da política cultural;
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valorização da diversidade.
Com isso, Manaus se consolida como uma cidade de encontros culturais e respeito às raízes amazônicas.
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